Lúcia Constantino
Uma porta para o mundo.
Talvez o sol?
Que mundo é esse
que esconde os bons
em degredo,
por-de-sol cavernoso,
aos sentimentos arenosos
dos olhos que têm medo?
Já não há a pétala branca
nas perspectivas
noturnas da alma,
já não há mais a lenda,
a fábula,
tudo é água...água...
Nada digas se as folhas
forma destroçadas
pelos ventos.
A música vem
tão somente
da árvore em seu
silêncio
e o exterior é passo
movediço. Existo.
Grão em angústia de raio
na seara imensa da alma.
O sol por testemunha
passeando os olhos
até onde Deus também
se põe
em seu ocaso - íris
dos sonhos daqueles
a quem ama.
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